Fortalecer a compreensão do mercado de drogas ilícitas no Brasil tendo como uma de suas variáveis os preços de substâncias ilícitas e sua correlação com dinâmicas criminais, com o intuito de subsidiar políticas de redução de oferta de drogas e auxiliar as forças de segurança brasileiras no enfrentamento ao narcotráfico internacional. Estes são alguns dos objetivos do Projeto Piloto de Monitoramento do Mercado de Drogas Ilícitas no Brasil, desenvolvido pelo Centro de Excelência para a Redução da Oferta de Drogas Ilícitas (CdE).
Na iniciativa, o CdE conta com a parceria do Sistema Integrado de Monitoramento de Cultivos Ilícitos (SIMCI – Colômbia) do Escritório Regional das Nações Unidas sobre Drogas e Crime para os Países Andinos e Cone Sul. A implementação do projeto incluiu a realização de eventos no primeiro semestre de 2022 em quatro estados, em colaboração com diferentes parceiros institucionais. Ele continua e irá culminar com a publicação do segundo estudo estratégico produzido pelo Centro de Excelência.
Entre 31 de março e 1 de abril, foi realizado o workshop no Paraná, com a parceria da Secretaria de Segurança Pública do Estado. Em 5 de maio ocorreu o evento do estado de São Paulo, em parceria com a Secretaria de Segurança Pública do Estado. Nos dias 9 e 10 de maio, aconteceu o terceiro evento, desta vez em Pernambuco, em parceria com a Secretaria de Defesa Social do Estado. E nos dias 9 e 10 de junho foi a vez do evento no Mato Grosso, em parceria com a Secretaria de Segurança Pública do Estado, com o apoio da Escola Superior de Magistratura do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (Esmagis-MT). Todos os eventos contaram também com a participação das polícias Técnico-Científicas, Militar e Civil dos respectivos estados como público principal, além do apoio dessas corporações.
Nesta etapa do projeto, os workshops foram concebidos com o intuito de sensibilizar as forças de segurança dos estados e capacitar os participantes para a coleta de dados, apresentando as estratégias do projeto para construir e pactuar os fluxos de coleta de dados, e como as informações poderão ser integradas e usadas entre as instituições. Com estes e outros eventos posteriores em temáticas relacionadas, espera-se contribuir com o aprimoramento do monitoramento da dinâmica do mercado de drogas ilícitas, facilitando, assim, o suporte a estratégias destinadas a impactar e interromper a cadeia produtiva ilícita e o tráfico de drogas, com a possibilidade de se expandir o projeto para os outros estados.
Após estes encontros presenciais, o CdE já promoveu um encontro on-line, destinado a abordar aspectos complementares relacionados ao tema, reunindo 195 pessoas no final do mês de junho. Leia mais aqui.
Publicação
O CdE e o SIMCI trabalham em colaboração desde o boletim temático “Monitoramento de Preços de Drogas Ilícitas: Lições aprendidas na Colômbia e possíveis desafios no Brasil”, que introduz a questão sob uma perspectiva técnica, por meio de experiências internacionais documentadas e, principalmente, tendo como referência as lições aprendidas na Colômbia. Acesse a publicação neste link.
Sobre o CdE
O Centro de Excelência para a Redução da Oferta de Drogas Ilícitas no Brasil (CdE) é fruto de uma parceria entre a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos do Ministério da Justiça e Segurança Pública (SENAD/MJSP), o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) no Brasil.
Sobre o SIMCI
O SIMCI é um projeto de caráter tecnológico que, além de monitorar o cultivo de ilícitos há duas décadas, promove estudos em áreas relacionadas, tendo desenvolvido uma metodologia para estimar o preço de drogas ilícitas em diferentes regiões da Colômbia. Desde 1999, por meio do uso de satélites e verificação de campo, o projeto calcula a extensão das áreas de cultivo ilícito de coca e o potencial de produção de cocaína no país, construindo séries históricas que subsidiam relatórios anuais sobre o tema. Além disso, o SIMCI promove estudos temáticos sobre o cultivo de maconha e papoula, sobre as substâncias químicas empregadas na produção de drogas e sobre a extração ilícita de minerais. O modelo de pesquisa do projeto, com enfoque geográfico, se sustenta na construção de informação primária, no trabalho de campo e no desenho de indicadores para a obtenção de dados.